A vivência escutista, independentemente do escalão etário, baseia-se sempre num ambiente simbólico forte que lhe dá enquadramento,
coerência e consistência.
Cada Secção possui e vive um imaginário próprio, uma história com heróis e símbolos, induzindo a um sentimento de pertença em relação
ao grupo e permitindo a transmissão de determinados valores:
Concomitantemente, cada Secção possui e vive uma mística própria, isto é uma proposta de enquadramento temático e de vivência espiritual que visa aprofundar a descoberta de Deus e a comunhão em Igreja.
A Mística do Programa Educativo do assenta num esquema de quatro etapas, com vista a uma formação humana e cristã integral, sólida e madura. Estas etapas são sequenciais – cada uma é trabalhada para uma Secção, ainda que de forma não estanque – e complementam-se [nenhuma vale por si mesma], na medida em que estão interligadas e adquirem o seu pleno sentido na sobreposição das partes. Desenrolam-se na lógica de um caminho a percorrer, constituindo um itinerário de crescimento individual e comunitário proposto a cada Escuteiro:
No percurso sugerido, procura-se que o Escuteiro compreenda que a sua vida tem duas dimensões, uma sobrenatural e uma natural,
e que ambas se relacionam intimamente: Cristo, Senhor da Vida, não se reduz à vivência espiritual e mística do Homem; Ele está presente
na vida do dia-a-dia e ao longo de toda a existência humana. É, por isso, presença constante na vida de um Escuteiro.
Nesta perspectiva, o itinerário proposto está sempre centrado em Cristo, pois tem no Senhor o seu centro e fonte de irradiação de
sentido.
Para que toda esta vivência seja completa, existe uma panóplia de símbolos. Os símbolos são elementos ou objectos representativos de realidades, características ou atitudes que materializam o ideal proposto na mística de cada Secção e que ajudam a transmitir e reforçar o ideal presente no imaginário e na mística.
No Projecto Educativo do CNE, todas as Secções têm o seu símbolo identificativo, podendo este ser único ou integrado num conjunto
de símbolos complementares.
O Projecto Educativo do CNE recorre ainda a patronos – santos ou beatos da Igreja que no decurso da sua vida encarnaram na plenitude
os valores que se pretendem transmitir através da mística e do imaginário de uma determinada Secção, sendo por isso escolhido
como protector e exemplo de vivência para os jovens dessa mesma Secção.
Acima de todos, temos Santa Maria, Mãe dos Escutas; seguem-se São Jorge – patrono mundial do Escutismo – e São Nuno de Santa
Maria – patrono do Corpo Nacional de Escutas.
Cada Secção tem, depois, o seu patrono próprio:
Adicionalmente, cada Secção recorre ainda a modelos de vida – figuras da Igreja Católica que, à semelhança do patrono, também encarnam os valores e ideais da mística e do imaginário da Secção e que exprimem a diversidade de caminhos e carismas possíveis para os viver – e a grandes figuras históricas – personalidades que na sua vida realizaram grandes feitos, associados ao imaginário da Secção, que marcaram a história da humanidade.
I Secção | II Secção | III Secção | IV Secção | |
---|---|---|---|---|
Imaginário | Livro da Selva | Explorador (o que descobre) | Pioneiro (o que constroi) | Sem imaginário formal |
Mística | O Louvor ao Criador | A descoberta da Terra Prometida | A Igreja em construção | A vida no Homem Novo |
Símbolos | Cabeça de Lobo |
Flor-de-Lis Vara Chapéu Cantil Estrela |
Rosa-dos-Ventos Machada Gota de Água Icthus |
Vara Bifurcada Tenda Mochila Evangelho Pão Fogo |
Patrono | São Francisco de Assis | São Tiago Maior | São Pedro | São Paulo |
Modelos de Vida |
Santa Clara de Assis Beatos Francisco e Jacinta Marto |
Abraão Moisés David Santo António Santa Isabel de Portugal |
São João de Brito Santa Teresinha do Menino Jesus Santa Catarina de Sena |
São João de Deus Beata Teresa de Calcutá Santa Teresa Benedita da Cruz Servo de Deus João Paulo II Santo Inácio de Loyola |
Figuras | --- | Grandes Exploradores | Grandes Pioneiros | Grandes Homens |